La Aldea Feliz / Pavilhão do Uruguai na Bienal de Veneza 2014

O Pavilhão do Uruguai para a 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza - a cargo dos arquitetos Emilio Nisivoccia, Martín Craciun, Jorge Gambini, Santiago Medero e Mary Méndez - é um grande arquivo que se desenvolve no espaço, envolvendo materiais que vão desde os documentos até a interpretação destes. A montagem é concebida como um único arquivo composto por materiais e escalas diferentes, gerando três áreas conectadas, embora claramente definidas: a entrada (apresentação da exposição), uma segunda área repleta de prateleiras metálicas dispostas sobre uma trama ortogonal (apresentando maquetes e outros objetos) e um terceiro espaço formado por uma grande mesa que permite ao visitantes entrar em contato com um arquivo de plantas, desenhos e fotografias.

La Aldea Feliz / Pavilhão do Uruguai na Bienal de Veneza 2014 - Mais Imagens+ 11

Descrição da página oficial da exposição do Uruguai. Em 1914, quando a Europa se lançava na Grande Guerra, o Uruguai iniciava sua investida de construir um projeto de modernização. Um "sonho da razão", embora muitas vezes parecesse mais um pesadelo, em todo o caso, um sonho cumprido apenas parcialmente. 

© Nico Saieh

Se a modernidade é um tempo sem deuses nem destino, um vazio na história que desafia e exige que os homens construam seu presente e futuro, a história da modernização no Uruguai pode ser lida a partir de seu lado mais heroico através e um conjunto de projetos que, de uma forma ou de outra, buscaram tornar reais esses mesmos desejos de liberdade. 

© Nico Saieh

No centro desse turbilhão chamado modernidade, desse vento capaz de quebrar as assas do "anjo da história", os arquitetos tiveram um papel fundamental: ocuparam postos de comando no governo, inundaram com propostas a administração pública e se envolveram nas fontes da economia liberal. Porém, sobre tudo, projetaram em cada traço e cada linha as formas e relações de um novo mundo que devia ser construído sob o resguardo da Razão, da Ética e da Sensibilidade. 

© Nico Saieh

La Aldea Feliz propõe questionar cem anos de modernização no Uruguai recorrendo a vinte episódios que, de uma forma ou de outra, revelam as mais secretas ambições do sonho moderno, e também seus pesadelos. 

© Nico Saieh

O trabalho de curadoria pode ser resumido em duas operações: a primeira, a construção de uma hipótese histórico-crítica e seu desdobramento através do conjunto de episódios que dão forma ao catálogo. A segunda, a instalação de uma exposição capaz de propor ao visitantes uma experiência - um aqui e agora - coerente com o ponto anterior. A mostra é concebida como uma espécie de arquivo desdobrado no espaço do pavilhão, uma acumulação de materiais que cobrem desde o documento em estado puro - plantas, maquetes e desenhos - até sua interpretação historiográfica. Um depósito de documentos que convida o novos flâneurs da era globalizada a percorrer cem anos de uma história mundana. 

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Sobre este autor
Cita: Saieh, Nico. "La Aldea Feliz / Pavilhão do Uruguai na Bienal de Veneza 2014" [La Aldea Feliz / Pabellón de Uruguay en la Bienal de Venecia 2014] 14 Jun 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/620611/la-aldea-feliz-pavilhao-do-uruguai-na-bienal-de-veneza-2014> ISSN 0719-8906

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